A dama da meia-noite
É uma história universal
Que se conta por aí
Seja na América e na Europa
Ou nas ilhas do Havaí
No Brasil, nem se fale
Do Oiapoque ao Chuí
Alguns dizem que é uma alma
Que não sabe que já morreu
Outros que é um fantasma
De uma jovem que muito sofreu
Eu de cá faço questão
De não saber o que aconteceu
A dama da meia noite
Usa um vestido vermelho
Um laço na cintura
E uma fita no cabelo
Apesar de ser tão bonita
Não aparece no espelho
Linda como é
Parece uma jovem normal
Gosta de se aproximar de homens
Em dias de festa ou carnaval
Nos bares ou botequins
Nas vendinhas de quintal
Senta com eles, vistosa,
Muito feliz, conversando e rindo.
Com algum tempo pede companhia
E para sua casa todos vão indo
Eles caminham depressa
Sem notar o que vem vindo
Ao chegar ao muro alto
Ela pára, já dizendo:
- Esta é a minha casa,
É aqui que estou vivendo.
No cemitério os homens se vêem
Com temor de mais horrendos.
Como névoa que se vai
Sua figura desaparece
Nesse instante na igreja
O sino dobra em prece
Doze badaladas
À meia noite acontece.
cordelista Natália Delamora